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MEDIDAS DE PROFILAXIAS ESSENCIAIS PARA PRODUÇÃO
Dr. José Giordano Penteado
I - Introdução:
A passaricultura brasileira está no limiar de uma nova tecnologia. Não se pode descuidar de medidas de profilaxia, mas um momento para repensar a forma como essas medidas vem sendo utilizadas e os resultados obtidos. Com a falta de conhecimento da cadeia epidemiológica ou de transmissão de doenças em população de aves.
É necessário ser precavido antes do aparecimento (anatopatológico, microbiológico, virológico, sorológico), mas ter as medidas de assepsia e medidas de saneamento como limpeza e desinfecção de objetos e instalações.
Os microorganismos ou parasitas ou agentes de doenças (bactérias, vírus, protozoários, helmitos) são parasitas obrigatórios que dependem de animais vertebrados para multiplicação/reaplicação, fontes de infecção. Uma vez cumprido o ciclo interior das fontes de infecção, são eliminados para o exterior, onde ele permanecerá contaminando o meio ambiente. Sendo agente ele terá de entrar em uma nova ave ou outro animal através do chamado "Porta de Entrada".
O parasita penetra no organismo sadio e completa o ciclo e a doença perpetuam no ambiente. Costumamos dizer que um aviário gasta muito com medicamento e usa pouco desinfetante e quem investe em desinfetante utiliza pouco medicamento. Recomendamos sempre utilizar desinfetante, para limpeza, a utilizar medicamentos.
II - Transmissão:
1) Infecção:
Definição: Animais albergam o parasita em seu organismo e eliminam por algum meio para o exterior.
Modalidade: Doentes, portadores e reservatórios.
Doente: aves/animal que manifesta sinal de doença que podem ser:
Típicos: sintomas características da doença e mostra o diagnostico clinico.
Atípicos: sintomas graves ou leves não permitem o diagnostico clinico
* Portador: não tem sintoma no momento, mas esta contaminado e podem ser:
a) Portador sadio: não tem e não terá a doença, mas transmite a doença.
b) Portador em incubação: não teve a doença, mas terá assim que passar o tempo de incubação.
*Reservatório: tem parasita, carrega e transportam eliminando-os para o exterior, para novas contaminações.
2) Eliminação:
Ocorre via: ovo, secreções, excreções, descamações cutâneas, restos de penas, pó de penas, etc.
3) Transmissão:
É o meio utilizado para a nova contaminação e pode ser:
a) contagio direto: contato do infectado com o sadio.
b) contagio indireto: transmitem via ar (aerógena), via objetos inanimados (fômites), pêlos espirros, pela tosse ou outro tipo de secreção. Resumindo tudo que é eliminado pode contaminar, inclusive os equipamentos, bebedouros, comedouros, pisos, tratadores, etc. e reinfectar novas aves.
Vetores biológicos e mecânicos, o biológico tem de completar seu ciclo biológico para aumentar a dose infectante e continuar contaminando, e os mecânicos necessitam rapidamente de um novo ser para viver e utilizam insetos, mãos para causar doenças.
Alimentos: são importantes vias de transmissão, e percorrem longas distancias contaminando áreas nunca antes infectadas.
Água: os agentes entéricos principalmente são transmitidos por esses veículos.
4) Porta de entrada: pele, folículo de penas, fossas nasais, conjuntivas e bico.
5) Susceptíveis: e o novo infectado, variando de acordo com a idade, raça, etc.
III - Profilaxia:
Profilaxia é não deixar acontecer à contaminação, como impedindo a finalização que é entrada em uma ave sadia, matando antes pelo processo de limpeza, ou seja a desinfecção.
IV - Medidas profiláticas:
São representados pelo tratamento, isolamento, vacinação e desinfecção de tudo.
Funcionários: higienizados e asseados.
Visitantes: é ai o nosso calcanhar de Aquiles; pois mostramos nossos criatórios a outros criadores e visitamos vários no mesmo dia, contaminando assim todo ambiente, (não vejo como amenizar isso, no nosso processo inclusive comercial). Não devemos deixar que as visitas toquem os alimentos a serem utilizados, as aves, os equipamentos, etc.
Água deve ser analisada ao menos duas vezes por ano.
Utensílios limpos, lavados, desinfetados ou esterilizados e guardados sempre limpos depois do uso.
Ar: utilizar quantidade adequada de aves por m2, utilizar troca do ar no ambiente pelo menos de uma vez por hora.
V - Medidas gerais de profilaxia:
Educação, ser limpo, treinar funcionários, premiar a limpeza.
VI - Normas para uma boa desinfecção:
Lavar todo equipamento, mãos, etc. Depois usar a solução necessária para a desinfecção na concentração e pelo tempo necessário. (ver rótulos dos produtos).
Existe no mercado vários princípios ativos e milhares de produtos comerciais.
Cloro ativo, cloreto de alquil dimetil benzil amônio, dióxido de cloro, oxaldeido, cloreto de benzalcônico, blends de quaternários de diversas soluções, clorexidina, biguanida polimérica, iodo glyoxal, peróxido de hidrogênio, estabilizado, formaldeído, glutaroldeido, etc.
No momento, particularmente utilizo o Lavifen, cloreto de benzalcônico que é utilizado em hospitais para desinfecção de material cirúrgico, salas, etc. E pode ser utilizado até como desinfetante de água usando a dose de 1:5000.
Lembre-se que ,ateria orgânica inativa os desinfetantes, sempre limpar, lavar, antes de desinfectar, e guardar tudo sempre desinfetado.
Vamos investir na desinfecção e não gastar com os medicamentos.
Dr. José Giordano Penteado
Engenheiro Agrônomo/Zootecnista