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José Carlos Benites
A criação de aves em ambientes confinados propicia o crescimento, propagação de microorganismos e parasitas que são prejudiciais à saúde destas e até das pessoas que as manuseiam. Por isso, alguns cuidados básicos devem ser tomados para evitar que estes agentes venham a contaminar e se desenvolver nos aviários.
O importante é entender que nenhum programa de limpeza e desinfecção não pode substituir um bom manejo no aviário. A adoção de medidas como quarentena para novos pássaros, prevenção de contaminação transversal entre gaiolas e a utilização de fontes de alimentação e água de boa qualidade, são de fundamental importância para o sucesso na prevenção de doenças e contaminação por parasitas.
A utilização de desinfetantes e produtos para controlar parasitas das aves, deve ser feita com muito controle e somente quando for extremamente necessário, pois estes produtos são tóxicos para as aves, para o homem e podem causar resistência dos microorganismos (bactérias) e parasitas (ácaros), ao seu princípio ativo, perdendo sua eficiência.
A limpeza contínua é de extrema importância para evitar a infestação do aviário por agentes patogênicos e parasitas que infectam as aves. Os resíduos de alimentos como cascas de sementes e restos úmidos de farinhada que ficam de um dia para o outro, fezes, penugens, etc devem ser retirados diariamente, pois podem servir de substrato para o crescimento para tais organismos. Também deve ser feito um programa para limpeza e desinfecção das paredes, comedouros, bebedouros, poleiros e gaiolas. As pessoas que fazem o manejo, devem usar roupas e sapatos limpos, lavar bem as mãos e utensílios.
Quando for necessário a utilização de desinfetantes, esta deve ser feita, seguindo as recomendações do fabricante (diluição e tempo de contato com o material), limpeza prévia das superfícies a serem desinfetadas. Também deve ser observado o grau de toxidade do produto utilizado para maior segurança dos animais e do homem.
Existem vários tipos de desinfetantes no mercado, com diferentes princípios ativos, como o cloro, Glutaraldeído, amônia quaternária entre outros. A recomendação de cada uma destas substâncias pode ser feita de acordo com as condições do aviário e segurança no manuseio.
Uma boa desinfecção é o resultado de um bom trabalho físico (limpeza de toda a matéria org6anica) e do desinfetante; por isto, a desinfecção deve ser feita quando o criador estiver completamente limpo, uma vez que os desinfetantes tornam-se ineficazes na presença de matéria orgânica.
A seleção de um desinfetante depende da classe de enfermidades de maior incidência na região em determinada época, e das indicações sobre seu uso. É conveniente fazer-se rodízio periódico de desinfetantes. Os desinfetantes tem melhor atuação a temperatura de 18 a 21 C, devendo-se seguir as indicações e as regras de segurança.
Os compostos de Amônia Quaternária apresentam como vantagens: são atóxicos, estáveis, não-corrosivos, podem ser aplicados na presença das aves e tem boa ação sobre bactérias gram-positivas. Entretanto, pequena ação em pH ácido, inativam-se (em parte) em presença de matéria orgânica, possuem pequena ação sobre bactéria gram negativas e são neutralizados pelos detergentes aniônicos (sabões), por este motivo indica-se o uso deste associado com Glutaraldeído, que facilmente encontra-se no mercado já associado com diversos nomes fantasias.
Segue tabela apresentando um breve resumo dos princípios ativos dos desinfetantes mais comuns no mercado e a sua recomendação de uso.
1- Escolher um desinfetante que contenha Amônia quaternária associado com outro desinfetante, e atualmente temos no mercado várias opções.
2- Fazer uma boa limpeza de toda a matéria orgânica, usando produtos de limpeza com cloro ativo.
3- Após o ambiente estar limpo e seco, fazer três pulverizações em dias alternados, utilizando sempre os mesmos horários, este preferencialmente deve ser no período da manhã em dias secos.
4- Devemos repetir a cada seis meses o mesmo procedimento, alterando apenas o princípio ativo do desinfetante.